terça-feira, 27 de setembro de 2016

ÁLVARO MUTIS 2

 
 
 

O NAVIO DO ENCANTAMENTO
 
Quando se pensa, em termos literários, na Colômbia, um único nome parece pairar sobre este país: Gabriel García Márquez. No entanto, na Europa, e principalmente em Espanha, um outro nome, nos últimos anos, tem granjeado bastante prestígio, ao ponto de hoje ser encarado como um dos expoentes das literaturas latino-americanas contemporâneas: esse nome é o de Álvaro Mutis, o autor de quem foi agora traduzida pela primeira vez uma novela, A Última Escala do Tramp Steamer.
 
Nada, contudo, aproxima em termos literários o engenheiro Álvaro Mutis do seu nobilitado conterrâneo e amigo. Nascido em 1926, logo no final da década de quarenta começou a publicar poesia. Desde essa época até aos dias de hoje, Álvaro Mutis tem construído uma importante obra poética (muito louvada por outro Nobel: Octávio Paz) e que é, quase toda ela, centrada numa personagem que funciona como seu “alter-ego”: o marinheiro Maqrol el Gaviero.
 
Foi já depois do seu reconhecimento como poeta que este autor iniciou a sua produção narrativa, motivado pela necessidade de dar uma dimensão diferente à personagem de Maqrol el Gaviero. Hoje, novelas, como La Nieve del Almirante, Ilona Llega con la Lluvia e Un Bel Morir, entre outras, deram ao narrador um prestígio semelhante ao que já tinha como poeta e transformaram o conjunto da sua obra, interligada pelo mesmo protagonista, num dos mais aliciantes projectos literários das letras hispânicas.
 
Todo o universo narrativo deste autor tem um ascendente marcadamente cosmopolita. As suas referências literárias têm origem em Stevenson, Melville e, de forma bem explícita, nessa figura de charneira da literatura inglesa do princípio do século que é Joseph Conrad. Porém, foi essa formação “europeia” que tem permitido a Álvaro Mutis efectuar uma original e polémica reflexão sobre o percurso e o papel da cultura europeia no confronto com as realidades americanas. Além disso, sabendo o estatuto que a personagem tem para o autor, compreende-se que Maqrol el Gaviero seja também caracterizado como um “europeu” em “terras estranhas”.
 
A Última Escala do Tramp Steamer é uma das poucas novelas de Álvaro Mutis que parece sair do ciclo de Maqrol el Gaviero. No entanto, nem por isso deixa de ter uma estrutura narrativa menos conradiana do que qualquer uma das outras. Como em Conrad, aqui encontramos o narrador que tem conhecimento da acção através do testemunho directo dos protagonistas, que intervém de forma cúmplice nessa mesma acção e que, por fim, sente uma certa necessidade ética em a transmitir em termos narrativos.
 
A trama desta novela tem a simplicidade das histórias de amor impossível e que, por isso mesmo, são vividas com a intensidade do que se sabe, desde o princípio, que é precário.
 
O narrador, andarilho do mundo, encontra, nos lugares mais díspares do globo, um velho cargueiro do tipo “tramp steamer”. Essas autênticas aparições, pelo seu carácter de excepção, fazem, aos olhos do narrador, com que aquele barco - sem rota certa, em serviço de fretagem entre os portos da Europa e da América, e que, a todo o momento, parece naufragar - se torne uma metáfora premonitória de um destino, ao mesmo tempo, pessoal e universal.
 
Porém, o narrador vem a saber, por longas conversas nocturnas com um companheiro de viagem a bordo de um rebocador descendo o rio Orinoco até à foz, que o acaso quis que essas aparições fizessem dele testemunha involuntária (e há, nesta situação do narrador, uma determinada perspectiva do estatuto do escritor) de uma história de amor efémera – porque inconciliável culturalmente - entre um basco e uma libanesa; uma história de amor que nasceu por causa daquele velho cargueiro, que nele foi vivida e que o ansioso desejo dos amantes em mantê-la explica, no fundo, a sua “resistência” quase milagrosa às intempéries.
 
A ambiência da obra e o tom melancólico com que esta história é narrada transmitem uma imagem nostálgica e um pouco fatalista da existência. De facto, as personagens agem como se estivessem convictas de que, como sinal de Graça dado pela Criação, todos têm de cumprir uma história de amor: a existência toma-se num percurso de iniciação ao encantamento e, depois da consumação deste, numa funesta descida em que o corpo se prepara para se afundar na corrente do esquecimento. Pelo meio, fica a obrigação de, através dos filamentos subterrâneos da amizade e da arte, se expressar o sentido com que a existência jovialmente se sacrificou.
 
É nítido, em A Última Escala do Tramp Steamer, no seu estilo fluente, classicizante e erudito, o gosto de contador de histórias de Álvaro Mutis. Esta novela, até na sua textura singela e concisa, lembra o rebocador em que o narrador desce a corrente serena de um rio, deixando que o leitor descubra as sinuosidades das margens, que se deslumbre com um céu repleto de estrelas e que vá adquirindo a certeza que, ao chegar à foz, irá achar que foi gratificante a viagem.
 
Publicado no Público em 1993.
 
 
Título: A Última Escala do Tramp Steamer
Autor: Álvaro Mutis
Tradutor: J. Teixeira de Aguilar
Editor: Asa
Ano: 1993
127 págs., € 8,06
 


sábado, 17 de setembro de 2016

TAMA JANOWITZ

 
 
 

UMA TERNA CANIBAL EM MANHATTAN
 
Na última década de oitenta, sucedeu um acontecimento civilizacional que, à distância de uns meros vinte anos, parece já diluir-se na bruma dos tempos… Mas foi nessa década que Nova Iorque se tornou a metrópole primordial da irradiação de modelos socioculturais e a grande referência mundial em termos de criatividade artística, superando neste papel as cidades de Londres (da década de setenta) e de Paris (da década de sessenta). Hoje torna-se evidente que este acontecimento reflecte uma mutação decisiva na história da humanidade: é a primeira vez que o foco principal de irradiação de modelos culturais e civilizacionais deixa de se situar na Europa e se estabelece no chamado Novo Mundo. Além disso, este acontecimento reflecte também a supremacia dos meios de difusão das formas de cultura popular urbana em relação aos meios tradicionais de difusão da cultura erudita. Por último, deve ainda ser salientado que, em consequência da continuação do estatuto hegemónico da língua inglesa no contexto universal, não se vislumbra, apesar do evidente declínio económico e político dos Estados Unidos, que apareça uma nova metrópole que, com toda a evidencia, retire a Nova Iorque o estatuto que conquistou na referida década de oitenta…
 
Estas reflexões - que são uma simples constatação do óbvio – são importantes para compreender o destino literário da escritora que agora nos ocupa: Tama Janowitz. De facto, o seu destino “encavalitou-se” na mutação acima referida e, em grande parte, o interesse suscitado pela sua obra derivou do fascínio mundial pelas novas formas de sociabilidade que pareciam na altura brotar um pouco por toda a cidade de Nova Iorque…
 
Esta autora nasceu em 1957, em São Francisco, mas cedo foi viver com a sua mãe (os seus pais separaram-se, ainda Tama Janowitz era uma criança) para Nova Iorque, onde fez toda a sua formação nos domínios da Escrita Criativa. Nos inícios da década de oitenta, publicou o seu primeiro romance, American Dad, com fortes componentes autobiográficas, que obteve algum reconhecimento da crítica. De seguida, escreve vários romances, que não consegue publicar, até que decide apostar num outro tipo de estrutura – uma colectânea de contos articulados de diversas formas – a que dá o nome de Slaves of New York e que publica em 1986. Como é sabido, esta obra obteve um tremendo sucesso, não só da crítica, mas principalmente do público, atingindo vendas astronómicas nos Estados Unidos e sendo traduzida em quase todas as línguas do mundo. Tama Janowitz ascendeu assim ao estatuto de verdadeira vedeta literária, com toda a comunicação social a procurar entrevistá-la e conhecê-la… Passou então a ocupar, nesses últimos anos da década de oitenta, um lugar permanente no “jet-set” cultural nova-iorquino (acompanhada pelos escritores Breat Easton Ellis e Jay McInerney e “apadrinhada” por Andy Warhol), tornando-se uma presença constante nas festas mundanas e na vida nocturna da cidade.
 
Talvez convenha lembrar – tendo em conta a presente distância temporal – quais foram os motivos de tão tremendo sucesso. Não há dúvida nenhuma que foi resultante de dois factores: primeiro, a descrição da vida de uma certa população nova-iorquina (galeristas, artistas plásticos, escritores, publicitários, investigadores universitários, etc.) que tinha comportamentos privados e públicos que apareciam como uma “novidade escandalosa” no “exterior” deste universo; segundo, porque esta descrição é realizada num estilo “ligeiro” e notoriamente “amoral” (recordo que há quem considere – a meu ver de forma injusta - que Tama Janowitz é uma das fundadoras daquilo que, algum tempo depois, se veio chamar literatura “light”). Hoje torna-se bem evidente que era determinante na obra de Tama Janowitz uma constatação social que, na sua produção literária posterior, vai aparecer como uma constante referência: a de que existe uma fronteira ténue entre a chamada pequena marginalidade (prostitutas, “clochards”, burlões de rua, “dealers” e toxicodependentes) e os que se colocam intencionalmente à margem do sistema produtivo com o intuito de desenvolver as suas potencialidades criadoras e “aproveitar” as eventuais oportunidades que o próprio sistema lhe concede como “criativos”.
 
Em Portugal, tal como no restante mundo, também a obra de Tama Janowitz foi um sucesso. Isso deve-se, sem sombra de dúvida, à atenção de um editor que, desde sempre, tem revelado argúcia em perceber aquilo que se publica no exterior de aliciante para o público nacional; e ao trabalho de tradução de Carlota Pracana que conseguiu “passar” para a nossa língua o estilo coloquial da autora.
 
Porém, já na altura, havia quem considerasse que grande parte do sucesso da obra derivava mais de circunstâncias do foro sociológico do que por motivos apenas literários. E que, por isso mesmo, o sucesso de Escravos de Nova Iorque não reflectia o efectivo aparecimento de uma grande escritora.
 
Os romances que Tama Janowitz publicou depois, durante o resto da década de oitenta e na seguinte (A Cannibal In Manhattan, The Male Cross-Dresser Support Group e By The Shores Of Gitchee Gumee), pareciam dar razão aos que defendiam esta última tese. De facto, não só não obtiveram, nem de perto nem de longe, o sucesso de Escravos de Nova Iorque, como a crítica foi apontando, por sistema, um “olhar” da autora demasiado superficial. Denunciava, por exemplo, um humor fácil em excesso (“grotesco”, “exagerado”, “personagens histéricas e inverosímeis”, foram os adjectivos com que etiquetaram estas obras), mas, em particular, a dificuldade em articular o tom de sátira social – que as personagens, pelo seu comportamento desajustado em relação à realidade, enfatizavam – com a intenção, em contraponto, de “humanizar” situações, inserindo-as, de forma plausível, num contexto urbano e procurando justificá-las com um meio dilacerantemente competitivo e que desfigura qualquer forma de saudável sociabilidade.
 
No entanto, mesmo não atingindo os extraordinários efeitos comerciais de Escravos de Nova Iorque, os últimos romances de Tama Janowitz, A Certain Age e Peyton Amberg, voltaram a reconciliá-la com a crítica e com o público. Basicamente, os dois romances tratam do mesmo tema: a busca das protagonistas (no primeiro romance, uma mulher com pouco mais de trinta anos; no segundo, outra com cerca de cinquenta) em se afirmarem em termos sociais e adquirirem um estatuto de maior destaque (através da “conquista” de um marido rico, no primeiro caso; através do esforço ansioso em se manter sedutora, no segundo) num mundo dominado pelos homens.
 
De certo modo – e a critica referencia muito este aspecto – as novas protagonistas dos recentes romances de Tama Janowitz são o sucedâneo de uma das personagens principais (Eleanor T) de Escravos de Nova Iorque, agora já mais velhas e com ambições diferentes. De facto, enquanto Eleanor T, mesmo com um comportamento sujeito às flutuações de uma atribulada vida afectiva, orienta a sua ambição para adquirir um lugar de destaque no meio artístico, as personagens dos últimos romances já apenas ambicionam conquistar um estatuto social através do seu corpo e do charme feminino.
 
Em jeito de balanço, talvez já se possa afirmar que o percurso literário de Tama Janowitz comprova que não era nem se tornou uma das figuras centrais da sua geração no universo literário americano; mas, por outro lado, também não se deve considerá-la como uma escritora de uma “única” obra com mérito literário e que, de forma quase acidental, obteve com ela um gigantesco sucesso comercial. Creio que o juízo mais acertado é considerar Tama Janowitz como uma interessante cronista dos comportamentos socioculturais e afectivos da população nova-iorquina, principalmente feminina. Os seus romances têm demonstrado que a autora possui um olhar arguto na compreensão das motivações dessa população, captando as suas posturas sofisticadas e os jogos de ilusões em que se enredam, como – parafraseando um título de uma obra sua – um “canibal” terno e irónico que se “alimenta” dos destroços de quimeras e revela as misérias quotidianas que essas mulheres (e homens), numa procissão fantasmagórica e absurda, vão despojando pelas ruas e avenidas “glamorosas” e frias da Big Apple.
 
Publicado na web em 2009.
 
 
Título: Escravos de Nova Iorque
Autor: Tama Janowitz
Tradutor: Carlota Pracana
Edição: Teorema
Ano: 1989
329 págs., € 15,75
 
 


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

AMOS OZ

 
 
 

O CONHECIMENTO PELA PIEDADE
 
Até há algumas décadas atrás, um autor judeu era uma entidade que o leitor facilmente reconhecia: havia sempre uma acentuada componente religiosa, um pouco exógena, que, mesmo nos autores laicos, funcionava como estigma; um ascendente do cimento comunitário, resultante da situação de minoria segregada, mas também da demarcação face aos “gentios” cristãos; um sentido histórico de redenção do mundo, associado a uma propensão para a culpa e para o sacrifício, etc. Além disso, o escritor judeu do pós-guerra sentia uma exigência obsessiva em exorcizar o Holocausto, em nome não só das vítimas, mas também dos carrascos.
 
Hoje é nítido, desaparecidos os condicionalismos culturais e materiais que originaram o “ghetto”, que a civilização ocidental, com a sua vocação omnívora, conseguiu diluir nas suas componentes essa “sensibilidade judaica”, plausivelmente, porque nada existia de muito distinto, e ainda menos de inconciliável, entre a civilização ocidental e a referida “sensibilidade”, O estatuto de judeu afirma-se, pelo contrário, como uma das vertentes mais cosmopolitas da cultura ocidental. Não é por acaso que os poucos escritores que hoje reivindicam esse estatuto lhe dão um valor simbólico: o de nómada entre culturas, de resistente passivo à ordem dos Estados.
 
A própria literatura israelita reflecte hoje esta situação: em muitos dos seus escritores é irreconhecível essa “sensibilidade judaica” - pelo menos na sua acepção tradicional - e, se ressalvarmos o específico contexto político e social, pouco ou quase nada os distingue de autores de outros parâmetros culturais.
 
É o caso de Amos Oz, o autor de Conhecer Uma Mulher. Pertencente a uma geração que esteve implicada na Guerra da Independência, contribuiu, em particular com Abraham B. Yehoshua e David Shahar, para a crescente audiência internacional da literatura israelita, sendo hoje um escritor excepcionalmente premiado (ainda há dias obteve mais um prémio na Feira de Frankfurt). A sua obra, iniciada na década de sessenta, procurou problematizar a afirmação individual numa sociedade consolidada em redor de valores éticos e religiosos e que utiliza esses valores, como um verniz hipócrita, para procurar dar legitimidade a atitudes inumanas e brutais, como as que tem assumido com a comunidade palestiniana.
 
No entanto, os seus mais recentes romances entraram, sem se tornarem autobiográficos, num registo mais intimista e pessoal. Em Conhecer Uma Mulher, por exemplo, só vagamente se alude as circunstâncias políticas que hoje se vive em Israel, com referências aqui e além a uma “internacional terrorista” aliada aos palestinianos, à guerra do Líbano, à tensão social nas regiões ocupadas, ao receio de incorporação no exército.
 
A personagem principal deste romance é um agente secreto israelita, de meia-idade, que, no regresso de uma das constantes viagens que efectua para todos os cantos do mundo, é informado que a sua mulher morreu electrocutada, em circunstâncias obscuras, em sua casa.
 
Não julgue, contudo, o leitor, com esta síntese da trama, que está em presença de uma obra no estilo das de John Le Carré. O que interessa a Amos Oz é construir uma personagem que, por razões profissionais, sempre se habituou a tentar desvendar aquilo que está para lá da aparente opacidade da realidade e que, perante a morte da mulher, sente necessidade de utilizar essa experiência para descobrir as formas como se organiza e se equilibra, de um modo instável, a existência. Tanto mais que, percebe agora, foi um logro, em nome do interesse colectivo, o seu esforço de análise de uma realidade que não passava de uma imagem política forjada e que, ao invés, tenham ficado (e continuem a ficar) como verdadeiras incógnitas os membros da sua família: os prazeres partilhados, os projectos individuais, os isolamentos cíclicos, os terrores, até a própria doença foram para ele um mero fogo existencial que se consumiu por si.
 
Por isso, reforma-se, aluga uma nova casa, onde vai viver com a filha, a mãe e a sogra, e prepara-se, portanto, como forma de “luto”, para entender o irreparável. Mas o seu esforço de decifrar na memória sentidos impossíveis não lhe abre a concha da realidade: disponível, abandona-se a trabalhos caseiros desnecessários, a aceitar com resignação os apelos e os desejos dos que dele se aproximam. Transforma-se em espectador distanciado do circuito de “exaltações e humildades” com que o tempo inebria as pessoas, à espera que algum dia as peças da existência se comecem a encaixar, dando-lhe o almejado e serenante “conhecimento”.
 
Até que um acidente - o assassínio de um colega numa missão que ele deixou incompleta e que se recusara a concluir - fá-lo descobrir o que já sabia: não há conhecimento possível. E essa violenta descoberta provoca-lhe uma intensa piedade por si e pelos outros. Mas percebe também que este sentimento, incómodo e perigoso, lhe trouxe a chave da conciliação com a condição humana, levando-o mesmo a acreditar que, deste modo, algum dia, possa vir um “fulgor das profundezas da escuridão”.
 
Conhecer Uma Mulher reflecte, assim, a situação de um homem incapaz de continuar a defender-se com argumentações de uma soberania omnisciente. Alguém que aceita viver com a imensa opacidade que cobre o mundo, sabendo que a precaridade e o nevoeiro das incertezas são o quinhão universal. Talvez, por isso, o leitor sinta o desejo de pressentir neste romance um bom prenúncio: algo pode estar a mudar, em termos colectivos, em Israel.
 
 
Publicado no Público em 1992.
 
 
Título: Conhecer Uma Mulher
Autor: Amos Oz
Tradutor: Luísa Feijó e Maria João Delgado
Editor: Publicações Dom Quixote
Ano: 1992
377 págs., esg.